A seca aflige o Rio Grande
do Norte desde 2012. As bacias hidrográficas potiguares estão com níveis abaixo
de 30% das suas capacidades. O comportamento do período chuvoso em 2015 para o
desenvolvimento da atividade agrícola no Estado foi desfavorável. Nos primeiros
seis meses do ano, a média das chuvas nos principais municípios produtores de
grãos foi de 400 milímetro (mm), sendo que a média histórica é de 700 mm. Houve
retardamento do início da fase chuvosa - geralmente começa em
janeiro/fevereiro.
As chuvas acumuladas de janeiro a junho foram escassas, mal
distribuídas e com ocorrência de fortes estiagens, resultando em seca. As
precipitações verificadas durante o período de janeiro até a primeira quinzena
de março foram reduzidas, com índices pluviométricos irregulares e abaixo da
média. Foram observadas ocorrência de boas chuvas somente a partir da 2ª
quinzena de março até alguns períodos do mês abril. Foi nessa época que os
agricultores intensificaram os plantios dos grãos, com expectativa de precipitações
mais favoráveis. Como isso não aconteceu, a produção deste ano das culturas de
sequeiros ficou abaixo das safras anteriores.
A safra de grãos do Rio
Grande do Norte está praticamente concluída - 100% plantada em todo o estado e
95% colhida. Falta apenas concluir a colheita na Região Agreste e Litoral Leste
Potiguar, já que o ciclo de plantio e colheita nessas regiões são diferentes
das demais - Oeste e Central Potiguar. As informações colhidas nas principais regiões
produtoras do Estado com o objetivo de levantar dados sobre a confirmação
do plantio, produtividade e sobretudo das perdas ocorridas por conta das
estiagens, foram suficientes para quantificar efetivamente a produção da safra de algodão,
arroz, feijão, milho e sorgo. O levantamento feito pela Conab teve como principais informantes os produtores rurais, representantes de associações, cooperativas,
secretarias municipais de agricultura, sindicatos rurais, Emater, IBGE,
engenheiros agrônomos e demais órgãos locais e regionais afins.
Tradicionalmente, a
temporada de chuvas no Rio Grande do Norte acontece nas seguintes mesorregiões
e épocas: 1) Oeste e Central: as chuvas ocorrem com maior intensidade entre
fevereiro e maio; 2) Agreste e Litoral Leste: as maiores chuvas acontecem entre
fevereiro e julho. Para 2015, as previsões climáticas dos meteorologistas
indicavam inverno normal e abaixo da média histórica, com distribuição
irregular das chuvas nos meses de abril e maio para o Rio Grande do Norte. Em
parte esse diagnóstico não se concretizou. O volume de chuva previsto para o
período não foi suficiente para recuperar por completo os principais
reservatórios d’água do Estado e nem assegurar as lavouras durante os seus
principais estágios. Pelos dados fornecidos pela Empresa de Pesquisa
Agropecuário do RN - Emparn, podemos verificar que o volume de chuvas
acumuladas durante o período de 01 de janeiro a 26 de junho de 2015 foi
insuficiente. Ao analisar as chuvas acumuladas nos 167 municípios existentes no
RN verificamos que 80,2% dos municípios predominaram como secos e muito secos e
apenas dois municípios tiveram chuvas normais e nenhum na categoria de chuvoso.
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