Por conta das sucessivas secas, muitos pomares de cajueiro foram
dizimados nos três maiores estados produtores de caju: Ceará, Piauí e Rio
Grande do Norte. Com isso, a produção de castanha-de-caju vem despencando a
cada ano. Para suprir o déficit de produção e se manterem em atividade, as
indústrias brasileiras de beneficiamento de castanha – com destaque para as
cearenses, são obrigadas a importar a matéria prima (castanha in natura) dos países africanos.
Não obstante, a reestruturação da cadeia produtiva da cajucultura
brasileira, com vistas à recuperação da atividade de forma sustentável e
rentável, passa necessariamente pela restauração dos pomares improdutivos, com
emprego de tecnologia de substituição de copas, e a expansão de áreas com a
variedade anão precoce. Sobre essas técnicas, pesquisadores da Embrapa vêm
desenvolvendo excelentes trabalhos. Destaca-se o clone de cajueiro anão-precoce
BRS 226 (Planalto - 2002), que além de ser mais resistente à seca, as pragas e
doenças, a variedade oferece produtividade que pode chegar até 800 quilos de
castanha por hectare. Esse clone é recomendado para
plantio comercial de sequeiro em toda a região do semiárido, já que se trata de
uma árvore de pequeno porte que na fase adulta raramente ultrapassa os três
metros de altura, permitindo que os frutos possam ser colhidos manualmente.
Nos
estados do Ceará e do Piauí, o anão precoce vem tendo excelente aceitação
pelos produtores rurais. No Ceará as áreas plantadas com essa variedade já
ultrapassam 25% e no Piauí 20%. Como o cajueiro anão precoce está sendo
considerado o destaque da cajucultura nesses estados, cabe ao estado do Rio
Grande do Norte – 3º maior produtor aderir ao plantio dessa importante e já
aprovada variedade.
Outra
boa vantagem do cajueiro anão precoce é com relação ao porte pequeno da árvore
que possibilita a colheita manual, e contribui para o aumento do aproveitamento do pedúnculo para
o mercado de caju de mesa ou para a
produção de sucos, cajuína, doces e rações para os animais, além das castanhas
padronizadas, que quando beneficiadas oferecem amêndoas especiais.
As indústrias de beneficiamento também estão sendo beneficiadas com o uso dessa tecnologia, pois serão
aproveitados mais resíduos, como as fibras e os bagaços, e maior será a
produção do Líquido da Castanha de Caju - LCC.
Desse
modo, o aproveitamento integral da cajucultura é a opção mais sustentável
economicamente para a atividade.
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