Os armazéns de grãos dos Estados Unidos estão enchendo tão rapidamente,
com a enorme safra que está sendo colhida, que estão guardando soja e milho a
céu aberto mesmo com o risco de dano por chuva, e até recusando novas cargas de
agricultores que não têm contratos. A busca por armazenagem mostra que alguns
produtores, operadores logísticos e comerciantes dos EUA se planejaram mal para
a produtividade excepcional e para uma demanda de exportação fraca, mesmo
durante o terceiro ano consecutivo de excesso global de oferta que novamente
ameaça reduzir a receita no campo e abalar ainda mais os preços dos grãos.
Os produtores, que esperam poder aguardar por uma recuperação dos
preços, querem armazenar o máximo possível de suas safras, mas os armazéns
estão rejeitando as entregas físicas por causa da falta de espaço, em alguns
casos por mais tempo do que os produtores conseguem lembrar.
"Estamos sem armazéns" disse Richard Guse, um agricultor de
Minnesota, co-proprietário de um elevador de grãos. "Nossa segunda melhor
alternativa é encontrar um lugar para vender."
Minnesota, Iowa e Nebraska, que respondem por um terço da produção de
milho e um quarto
da de soja dos EUA, tiveram produtividades recordes graças às condições
climáticas quase perfeitas, após o mau tempo no início da temporada de cultivo
ter sugerido que a produtividade poderia cair.
Como resultado, produtores no Sudoeste de Minnesota, por exemplo, estão
recebendo cerca de 15 centavos de dólar a menos por bushel pelo milho e a soja
do que se houvesse espaço suficiente, estima Ed Usset, economista de marketing
de grãos do Centro para Administração Financeira de Propriedades Agrícolas da
Universidade de Minnesota.
Isto significa uma redução ainda mais profunda nos rendimentos dos
agricultores, dado que o preço à vista do milho na região está em cerca de 3,25
dólar por bushel, bem abaixo do custo estimado de produção de 4 dólares, disse
Usset.
Nenhum comentário:
Postar um comentário