sexta-feira, 17 de julho de 2015

FAO: aumento da produção no Brasil passa por inclusão tecnológica do produtor

Melhorias na infraestrutura, competitividade e sustentabilidade são desafios para o crescimento da produção agropecuária brasileira. No entanto, todo esse processo começa pela inclusão econômica e tecnológica dos produtores rurais do Brasil, principalmente dos pequenos. Foi a avaliação feita por Alan Bojanic, representante no Brasil da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). “Temos produtores de alta qualificação, mas também há muitos que não estão em um patamar de aplicar o conhecimento que o Brasil já tem desenvolvido. Não é só a questão da tecnologia”, disse.
Bojanic defendeu que o processo de inclusão passa por uma valorização da agricultura familiar, para que esse modo de produção se torna atrativo para investimentos. Ele avaliou que, dentro do aspecto econômico, a inclusão do pequeno produtor passa por discutir o gerenciamento da atividade produtiva e questões como a sucessão nas propriedades.

O representante da FAO no Brasil participou de um seminário promovido pela FGV Projetos, ligada à Fundação Getúlio Vargas, que analisou as projeções da própria FAO e da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) O relatório fala das expectativas para o setor até o ano de 2024. E reiterou sua expectativa de que o Brasil tem potencial para superar os Estados Unidos e se tornar o maior exportador global de produtos agrícolas em um horizonte de uma década.
De um modo geral, Alan Bojanic se disse otimista em relação ao Brasil. Na avaliação dele, o país é o que reúne as melhores condições para se tornar um líder global no setor de alimentos. “Temos que trabalhar dentro da perspectiva de produzir mais do que consome e atender os mercados”, afirmou. “O Brasil pode superar seus concorrentes, mas isso não deve ser um slogan político, tem que ser sério”, disse.
A presidente da Federal Solidarity Organization e ex-diretora da Divisão de Commodities da FAO, Paola Fortucci, destacou que o Brasil deve aumentar a sua produção com base em maior produtividade, conversão de áreas de pastagem em lavoura e intensificação da pecuária. Ela destacou que o Brasil tem sido visto como um exemplo de redução da pobreza, mas destacou que ainda há muito a ser feito. “O desafio é alinhar e conciliar a elevação da competitividade com o alívio da pobreza. Ainda há uma grande taxa de pobreza na zona rural”, afirmou.
Ainda durante o evento, o representante da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Jonathan Brooks, reforçou a perspectiva positiva para o Brasil, manifestada no relatório de projeções para a agropecuária.  Segundo ele, entre os fatores, estão o fortalecimento do dólar em relação ao real, crescimento da demanda e das importações, especialmente na África e na Ásia.

Artigo publicado pelo Globo Rural

 

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