A maior parte dos Estados da Região Nordeste conta com
sistema climático com características de semiárido, cujo regime de chuvas é
marcado pela escassez, irregularidade, concentração e má distribuição das
precipitações pluviométricas anuais. Esses fenômenos são responsáveis pelas
secas periódicas que castigam o Nordeste, causando prejuízos de monta,
especialmente para as atividades econômicas desenvolvidas no meio rural. O
impacto dessas secas é complexo e diferenciado, não só refletindo,
negativamente, na infraestrutura física dos diversos estados afetados, mas
também com prejuízos para o contingente populacional, prejudicando todos os
elos das cadeias produtivas trabalhadas pelos diferentes segmentos da
sociedade.
Nesse contexto, a agropecuária é fortemente atingida,
reduzindo drasticamente os níveis da produção agrícola, com reflexos, também,
na redução da produção pecuária, além da diminuição dos efetivos animais,
limitando, assim, as possibilidades de renda e de sobrevivência das unidades de
produção, deixando evidente que as secas, portanto, afetam a economia, a
sociedade e o meio ambiente da Região Nordeste.
As chuvas ocorridas nos estados nordestinos durante o período
de 2012 a 2014 foram consideradas, predominantemente, de baixíssimos volumes,
com precipitações pluviométricas irregulares, que ficou claramente cristalizado
um quadro de seca mais severa dos últimos 50 anos, com sérias consequências
negativas para às atividades rurais desenvolvidas no Nordeste, sobretudo
àqueles estados que têm na agricultura de sequeiro e na pecuária, as principais
fontes de geração de renda e de ocupação da mão de obra rural e até de subsistência.
Essas sucessivas secas vêm causando inúmeras consequências negativas para uma
atividade vulnerável (agricultura) quando exercida no semiárido, sobretudo para
a parcela mais pobre da população rural que desenvolve a agricultura e criação
de animais, refletindo no comprometimento do processo de desenvolvimento social
e econômico da Região Nordeste. Por causa da seca, as perdas que atingiram os
diversos segmentos agrícolas vêm se acumulando. Foram registradas prejuízos nas
atividades de produção dos seguintes setores: fruticultura, inclusive a
irrigada; grãos de sequeiros; cana-de-açúcar; fibras (sisal e algodão);
mandioca; pecuária, com destaque para o leite e carnes; cajucultura; apicultura;
hortícolas; carnaúba (pó cerífero e cera); pastos; e tantos outros produtos
agrícolas.
Para exemplificar, a série histórica de exportação de amêndoa de
castanha-de-caju realizada pela Região Nordeste – de 2003 a 2013, mostra que
os anos de 2011 a 2013, por causa das estiagens, foram os mais prejudicados em
termos de exportação.
Exportação de
amêndoas - Nordeste
ANO
|
Quant.
|
Valor
|
(t)
|
US$1000FOB
|
|
2003
|
41.571
|
143.770
|
2004
|
47.442
|
186.383
|
2005
|
41.857
|
187.133
|
2006
|
43.231
|
187.538
|
2007
|
51.556
|
225.195
|
2008
|
35.410
|
196.061
|
2009
|
47.760
|
231.681
|
2010
|
42.175
|
229.572
|
2011
|
26.302
|
226.658
|
2012
|
25.334
|
185.691
|
2013
|
20.964
|
134.169
|
Fonte: Secex
A tendência é de redução das vendas externas de amêndoas de castanha-de-caju
em 2014, ano também fortemente atingido pela seca.
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