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Conab e o Apoio à Comercialização de Borracha Natural.
A borracha natural é uma importante matéria-prima agrícola renovável e
essencial para a manufatura de uma ampla rede de produtos. Considerada
estratégica, é, ao lado do aço e do petróleo (matéria-prima não renovável), um
dos alicerces que 
sustentam o progresso da humanidade. A produção provém da
Hevea brasiliensis,árvore originária da floresta Amazônica, feita
através da sangria da árvore, quer 
seja de coleta na floresta, denominado extrativismo, quer seja no plantio
intensivo.
A Conab está presente nas economias em que a agricultura tem papel relevante, 
como na agricultura familiar e mais recentemente, na sociobiodiversidade, 
onde existe uma grande preocupação em estabelecer políticas de sustentação de 
renda para este setor. 
Buscando garantir a sustentação de preços aos extrativistas, alguns produtos 
da sociobiodiversidade, dentre eles a borracha natural foi incluída na Política
de Garantia 
de Preços Mínimos (PGPM-Bio), pois, já fazia parte da pauta de produtos
amparados 
pela Política de Garantia de Preços Mínimos convencional. Tal instrumento 
representa uma grande oportunidade de valorização da floresta nativa,
contribuindo 
para a conservação, preservação e uso sustentável de seus recursos naturais.
Além 
da garantia de renda há também o fortalecimento e desenvolvimento econômico e 
social das populações tradicionais, e com isso a permanência do homem na
floresta.
A produção de borracha natural no Brasil sofre diretamente um crescimento 
das pressões externas e internas, visando à preservação da floresta amazônica, 
berço e habitat natural das espécies do gênero Hevea. A atividade extrativista
da 
borracha natural, desde a primeira exportação, se manteve atuante durante mais 
de um século. Hoje, praticamente estagnado, sem recorrer ao uso de insumos
modernos, 
fazendo uso, apenas dos escassos recursos naturais disponíveis com excessivo 
dispêndio de esforços, a Conab, nesse contexto, se faz presente, apoiando a 
estruturação deste segmento extremamente fragilizado. 
Em se tratando da produção nacional, a mesma está subdivida nas atividades 
extrativistas, que compreendem o Bioma Amazônico e de plantio, Heiveicultura,
que se estende a dezesseis estados, totalizando cerca de 140.000 hectares e
produção 
de 160.000 hectares plantados. A cadeia produtiva da borracha natural no Brasil
é 
composta pelos seguintes elos: consumidores, mercado nacional e do exterior,
setor 
produtivo, integrado por extrativistas (seringais nativos da Amazônia),
pequenos, 
médios e grandes heveicultores (seringais cultivados), setor beneficiador, do
qual fazem 
parte as usinas e mini-usinas de beneficiamento de borracha e, finalmente,
setor 
industrial, composto pelas indústrias de pneumáticos (75%) e de artefatos leves
(25%).
Por se tratar de uma atividade extrativista, muitos são os fatores que
interferem 
nessa relação, todavia, o mais forte com certeza, fator preço. Sob esse
aspecto, a 
ação governamental de apoio à produção extrativista e de cultivo tem gerado
resultados 
muito positivos e um exemplo é a criação e operacionalização do Programa 
de Subvenção Direta ao Extrativista (SDPE), além da operacionalização dos
leilões 
de Pepro (prêmio equalizador pago ao produtor rural), que tem possibilitado a
sustentação 
dos preços internos e a garantia de renda aos agricultores e extrativistas.
Por Humberto Lôbo Pennacchio - Economista Especialista em Tecnologia da Informação para o Agronegócio Analista de Mercado da Gerência da Sociobiodiversidade da Conab.  
Texto extraído da Revista Indicadores da Agropecuária, editada pela Conab. 
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